Recém-nascidos não vêem nem ouvem muito bem, mas a sua sensibilidade táctil é surpreendente. Antes mesmo do nascimento a capacidade manual para discriminar objectos já está bem desenvolvida, como verificaram pesquisadores da Universidade de Grenoble, na França, ao estudar prematuros nascidos após 33 semanas de gestação. O artigo publicado na revista PLoS One é o primeiro a mostrar que esses bebés, tal como os que nascem no tempo previsto, apresentam um aparato neural maduro para essa habilidade, preferem a novidade e, portanto, denotam que já aprendem.
Foram analisados 24 prematuros que pesavam, em média, 1,5 kg. Como a maioria deles precisa de cuidados médicos especiais na primeira semana de vida, os testes foram realizados 15 dias após o parto. A experiência baseou-se no conceito da habituação, no qual os bebés, uma vez expostos a diferentes estímulos sensoriais, exibem maior interesse pela sensação nova e respondem cada vez menos àquilo que já foi apresentado.
Os pesquisadores colocaram na mão dos bebés um prisma e um cilindro, de forma alternada e repetida. Se fossem mesmo capazes de discriminar os dois objectos, os pequenos segurá-los-iam por mais tempo do que quando fossem apresentados pela primeira vez, manipulando-os menos tempo na segunda vez, e assim sucessivamente. Quando o estímulo fosse trocado (o prisma pelo cilindro, e vice-versa), eles demorariam mais tempo para soltar o objecto. Foi exactamente o que aconteceu, sem haver diferença entre os testes que usaram a mão direita ou a esquerda.
Os resultados são surpreendentes também porque a coordenação motora dos bebés nessa idade é bastante limitada, o que mostra a maturidade dos receptores tácteis e das vias neurológicas responsáveis pelo processamento desse tipo de estímulo. É bem possível que essa habilidade esteja bem desenvolvida também noutras partes da superfície corporal, o que explicaria a importância do contacto físico – sobretudo com a mãe – nessa fase inicial da vida, segundo os autores. Para eles, essas evidências devem ajudar profissionais de neonatalogia a optimizar a manipulação dos bebés prematuros para reduzir o stress do ambiente hospitalar.
Foram analisados 24 prematuros que pesavam, em média, 1,5 kg. Como a maioria deles precisa de cuidados médicos especiais na primeira semana de vida, os testes foram realizados 15 dias após o parto. A experiência baseou-se no conceito da habituação, no qual os bebés, uma vez expostos a diferentes estímulos sensoriais, exibem maior interesse pela sensação nova e respondem cada vez menos àquilo que já foi apresentado.
Os pesquisadores colocaram na mão dos bebés um prisma e um cilindro, de forma alternada e repetida. Se fossem mesmo capazes de discriminar os dois objectos, os pequenos segurá-los-iam por mais tempo do que quando fossem apresentados pela primeira vez, manipulando-os menos tempo na segunda vez, e assim sucessivamente. Quando o estímulo fosse trocado (o prisma pelo cilindro, e vice-versa), eles demorariam mais tempo para soltar o objecto. Foi exactamente o que aconteceu, sem haver diferença entre os testes que usaram a mão direita ou a esquerda.
Os resultados são surpreendentes também porque a coordenação motora dos bebés nessa idade é bastante limitada, o que mostra a maturidade dos receptores tácteis e das vias neurológicas responsáveis pelo processamento desse tipo de estímulo. É bem possível que essa habilidade esteja bem desenvolvida também noutras partes da superfície corporal, o que explicaria a importância do contacto físico – sobretudo com a mãe – nessa fase inicial da vida, segundo os autores. Para eles, essas evidências devem ajudar profissionais de neonatalogia a optimizar a manipulação dos bebés prematuros para reduzir o stress do ambiente hospitalar.